Thursday, April 25, 2013

Melhores álbuns de 2012 Part 3 (15 - 6)



Isto é o que acontece quando se junta o meu produtor favorito (Alchemist) e outro extremamente talentoso (Oh No) com alguns dos melhores rappers no ativo (Kool G Rap, Prodigy, Evidence e Roc Marciano). Foi sem dúvida o primeiro grande álbum de 2012, com dark beats psicadélicos e rimas condizentes.




Este é provavelmente o álbum melhor produzido do rapper da West Coast desde o Documentary. Os diferentes produtores envolvidos (Cool & Dre, Jake One, Boi-1da, etc) ajudaram a criar a banda sonora perfeita para o tema do álbum (religião) com samples de coros de igreja e beats épicos e triunfantes. Ao longo do álbum o Game fala-nos da dicotomia entre o pertencer a um gang que vive de violência e ainda assim estar em paz com Deus (seja lá o que isso for, lol). 




Esta é para mim a melhor rapper feminina, daquelas que têm estado mais ativas nos últimos anos. Como habitualmente na Jamla Records a produção não apresenta falhas, quer seja o 9th Wonder, o Khrysis ou o Eric G, o sucesso é garantido. Quanto às rimas ela aborda vários temas interessantes como a infância vivida no ghetto, as relações, sempre revelando um lado bastante pessoal, honesto e verdadeiro.




Finalmente estamos a aproximar-mo-nos dos meus favoritos dos favoritos. Álbum extraordinário criado pelo Killer Mike e pelo produtor El-P, que só não está mais acima na lista pelos beats serem por vezes demasiado eletrónicos para o meu gosto. Mas onde este projeto brilha mais alto é naquilo que o Killer Mike nos transmite, falando de política, conspiração, droga, terrorismo, demonstrando uma inteligência e cultura geral ímpares no mundo do Hip Hop. A música Reagan é simplesmente a melhor de 2012.




Bem, que o Alchemist é o meu produtor favorito já sabem, agora juntem-lhe estes nomes: Action Bronson, Evidence, Roc Marciano, Guilty Simpson, Danny Brown, Schoolboy Q, Fashawn... Pois, mau nunca poderia ser. Projeto extremamente criativo e original, com 30 músicas, sendo que muitas delas são apenas instrumentais e têm quase todas menos de 2 minutos. Samples, samples e mais samples, tudo a partir de músicas russas. Para perceberem melhor, têm mesmo é de ouvir.




A TDE (Top Dawg Entertainment) tomou conta do Hip Hop em 2012! Para começar bem o ano foi lançado este grande álbum do membro SchoolBoy Q. Se há algo que caracteriza qualquer dos membros dos Black Hippy é a produção, personalidade e estilo, sempre originais, únicos mesmo. Droga (muita), crime, tráfico, tudo de uma perspectiva relaxada (high) e criativa. Hands On The Wheel é um dos hits do ano.




Raw Hip Hop no seu melhor. Com uma produção minimalista, muito ao seu estilo, Marci retrata-nos a violência das ruas dos subúrbios de New York com sublime detalhe. Com excepção de alguns beats do Alchemist (quem mais...) a produção é assegurada pelo próprio. Sem dúvida um álbum a não perder.




A sério que não percebo como um rapper com este talento não tem um maior reconhecimento. Calma, se calhar percebo, ele faz aquilo que gosta, mantendo-se fiel ao seu som e estilo original, não se "vendendo" como a grande maioria dos rappers. Álbum com produção do 9th Wonder e do colaborador habitual !llmind (entre outros) que criam a atmosfera ideal para o rapper falar de sonhos e realidade.




É de facto surpreendente um rapper do qual nunca tinha ouvido falar até ouvir este projeto aparecer tão alto na lista. Mas é um lugar mais do que merecido. No mesmo estilo do Roc Marciano, produção minimalista e histórias das ruas de Brooklyn, é na originalidade que este álbum se destaca. Com os seus beats e rimas o MC conseguiu realmente criar um ambiente pesado, "dark", detalhadamente violento com uma execução excepcional. O facto do álbum ter apenas 12 músicas é ainda mais aliciante para mim, não se tornando repetitivo. Única colaboração: Roc Marciano, na música Iron Age, um dos grandes momentos do projeto.




Atualmente este é para mim o rapper mais underrated no ativo! A sério, o flow, a técnica de rima e o conteúdo do que ele diz, são simplesmente únicos! Depois é a originalidade também da produção que costuma escolher. Este álbum não é excepção. O rapper aborda temas como a fama (e o facto de não o afetar minimamente), sociedades secretas, teorias de conspiração, política, etc, etc, sempre com o seu estilo diferente e inspirador.

Sunday, April 14, 2013

35 Melhores Álbuns 2012 Part 2 (25 - 16)



A primeira vez que ouvi este álbum não fiquei muito bem impressionado. O facto da produção ter influências de rock não me estava a "entrar" bem. Mas depois de estranhar acabou mesmo por se entranhar, e é sem dúvida um grande álbum. O estranho flow e o esquema de rimas do Aesop assentam que nem uma luva nesta produção, que acaba por se tornar viciante. Diferente, mas brilhante!




Dos álbuns que só conheci nas listas de fim de ano, este foi sem dúvida o que mais me chamou a atenção. Sobre uma produção extremamente melódica e atmosférica, garantida pelo produtor luxemburguês Jesse James, os dois MC's (HexOne e Tek-Nition) falam de diversos tópicos interessantes: morte, conspirações do governo e os problemas da indústria musical. Sem dúvida uma grande experiência da qual não se deveriam privar.




Este duo rapper/produtor criou um dos melhores álbuns da última década, Bellow The Heavens. E a verdade é que sinto que algo vindo destes dois nunca pode ser mau. Apesar de não ser tão brilhante como o álbum de estreia, a produção do Exile mantém as suas influências soul e jazz que sempre nos habituamos a gostar, bem como as rimas inteligentes do Blu. 




Inspirado pelos tempos vividos em cativeiro, T.I. volta a mostrar-nos o porquê de se auto-intitular King of the South, depois de alguns projectos menos conseguidos. O rapper expressa-nos todos os problemas recentes da sua vida, arrependimentos, fama, experiências na prisão, demonstrando toda a sua angústia e raiva em relação aquilo que se passa à sua volta. Nenhuma música espelha tão bem o que é este álbum como a Sorry com o Andre 3000, uma das mais marcantes do ano transacto. 



No que à qualidade de conteúdo das rimas diz respeito, o Brother Ali está sem discussão no meu top 3. Quando soube que ele iria lançar um projeto com o produtor Jake One fiquei realmente entusiasmado, dado o talento que também reconheço a este artista. Sinceramente esperava que o álbum fosse ainda melhor do que é, não querendo com isto dizer que é mau, longe disso. Em termos de letras, o rapper não me desilude, abordando temas como política, pobreza, patriotismo, etc. Esperava apenas um pouco mais dos beats, mas não deixa de ser um projecto extremamente sólido, comprovado pelo seu lugar nesta lista.




O membro dos Outkast decidiu fazer experiências novas neste seu projeto. Mantendo nalgumas músicas a receita original do South (In The A), a verdade é que grande parte do álbum tem grandes influências de  pop eletrónico. Podem torcer o nariz à vontade, mas, pelo menos para mim, o resultado é bastante satisfatório. Tanto os beats como os refrões são bastante apelativos ficando na nossa cabeça durante algum tempo. Fica a sugestão de conhecerem esta nova refrescante, original e criativa faceta do Big Boi.




Se me conhecem minimamente sabem por certo que o Sean P é um dos meus rappers favoritos. Imaginem o meu deleite ao saber que ele iria lançar um novo álbum em 2012. Mas, sinceramente, fiquei ligeiramente desiludido com o projeto, daí aparecer tão em baixo na lista. As suas letras de constante batalha com qualquer pessoa que se lhe atravesse à frente mantêm-se intactas e com grande qualidade. Foi nos beats que não fiquei 100% satisfeito. Não me interpretem mal, a grande maioria das músicas são muito fortes mesmo, só não acho a produção do álbum em conjunto muito consistente. Os melhores beats são sem dúvida os do Alchemist, ficando no ar a ideia dum projeto conjunto, tenho a certeza que agradaria a muita gente!




Este é o último episódio da saga de projetos colaborativos entre o rapper e o produtor, e que bela forma de acabar. A produção do 9th nunca nos engana, simplesmente o rei da soul. E como sempre o Murs soa perfeito nos beats do produtor com o seu flow calmo, abordando temas como os gangs, religião, relações, etc. A música Tale Of Two Cities é uma grande amostra do que este álbum vos pode oferecer.



Outro produtor a brilhar em 2012. Esperem, produtor e MC! Foi um dos álbuns revelação do ano transacto. Para mim não foi nenhuma surpresa, pelo menos no que concerne à produção, que sempre foi de nível elevadíssimo na colaboração com outros MC's. No que toca às rimas, o rapper aborda assuntos, como a consumismo, o dilema fama vs. "keep it real", a crise económica, etc. Álbum muito bem executado por este artista, provando mais uma vez que o Mello Music Group está sempre em grande.




Bem, MMG outra vez a fazer estragos. O Apollo Brown tem sido nada menos que fantástico em tudo o que tem tocado nos últimos anos, e, felizmente, esta nova associação com o Guilty é mais uma vez proveitosa. O seu flow cadenciado serve perfeitamente os beats fortes e cheios de samples do produtor. Esta transcrição diz tudo do álbum: "Someone once said that life's a gamble. Kinda like shootin dice in an alley. The risk is high but the gain is higher, and when it's all said and done, you hold your breath and collect your dues. With lyrics that grip like a handful of ones, and beats that hit like ivory on cement, this album is just that, a Dice Game."

Monday, April 8, 2013

35 Melhores Álbuns 2012 Part 1 (35 - 26)

Mais um passou. Ano esse recheado de Hip Hop de grande qualidade. Depois de muitas horas a ouvir música, por forma a que nada que merecesse a pena me escapasse, deixo-vos com os melhores álbuns de 2012. Não defini à partida um número de álbuns certo para vos apresentar, tendo acabado por ficar 35 porque considero que ficarão a perder se deixarem de ouvir qualquer um deles. Decidi este ano dividir a lista em 4 partes (10+10+10+5), e dar-vos uma breve explicação do que poderão encontrar em cada projeto. E, sem perder mais tempo:



Um dos mais assíduos produtores dos últimos anos junta-se ao trio underground para um álbum recheado de "groovy boom bap beats", como o Statik sempre nos habituou, e de dinâmica nas letras e nos flows que os 3 MC's e respetivos convidados (Black Hippy, Reks, David Banner, etc) nos brindam.




Mais um membro da produtora Jamla Records (9th Wonder, Rapsody, etc) a demonstrar muito talento. O álbum apresenta uma produção consistente mas variada, passando de beats mais soul (9th Wonder) para outros mais "head nodding" recheados de scratch (AMP). As letras falam fundamentalmente de histórias e vivências nos bairros problemáticos (hoods) de Califórnia.




Das coisas que mais aprecio neste vício que tenho (Hip Hop) é o facto de estar sempre a conhecer artistas novos de qualidade. A produção deste álbum é brilhante, como que uma nova abordagem aos beats clássicos old school, com um toque mais electrónico, algo que se revela extremamente original e criativo. Lushlife é o responsável pela produção deste projeto, que conta com a colaboração do Styles P, Shad e Heems.




JR & PH7 são um duo de produtores naturais da Alemanha... Sim, ouviram bem. Entraram no meu radar no passado ano com a Mixtape So Far So Good e com este projeto. A produção do álbum é bastante harmoniosa, com beats inspirados na golden era (anos 90), mas adequados ao presente, que funcionam como a banda sonora perfeita para os rappers (Sean Price, Skyzoo, Phonte, Roc Marciano, Saigon, Guilty Simpson, etc) que entram em cena.




Se querem ouvir verdadeiro Hip Hop, MMG é o vosso grupo... E não, não estou a falar do Rick Ross e amigos (Maybach Music Group), mas sim do Mello Music Group. Depois do Apollo Brown, mais um produtor a brilhar proveniente desta comunidade. Conta com a participação do Large Professor ("Forever", uma das músicas do ano), Roc Marciano, Brand Nubian, entre outros.




Danny Swain é um rapper/produtor enraivecido pela indústria da música. E é isso mesmo que ele nos transmite neste álbum na forma metafórica de uma vingança. Produção bastante consistente, e convidados diversificados, como: Phonte, El-P, Blu e Questlove.




O produtor Marcus D apresenta-nos um álbum que repleto de mood music no seu melhor. A produção é impressionante e faz-nos realmente sentir bem, com toda a sua calma e originalidade, transmitidas logo no título do projeto. Deixo-vos com umas palavras do produtor, que valem a pena ser lidas: “While mainstream artists enjoy fleeting fame and set allowances in exchange for finite creativity and a predetermined shelf life, the underground fights for more, maintaining limitless imagination and originality.”



Mais um nome novo na lista. Estamos perante um pequeno álbum (9 músicas) mas que de imediato despertou a minha atenção. A produção não tem falhas, onde a estrela maior é o Kev Brown (anotem), e o rapper mostra realmente o seu talento pintando um quadro recheado de crítica social.




Os MHz são um coletivo underground composto pelos rappers Copywrite, Camu Tao, Tage Future, Jakki Da Motamouth e pelo produtor RJD2. Produção bastante diversificada mas predominantemente boom bap, trazido por alguns dos meus favoritos: o próprio RJD2, Oh No, Marco Polo, !llmind e Harry Fraud. As participações são também de qualidade, com especial relevo do Danny Brown, Blu, Slug, Ill Bill e Slaine.




Desde o primeiro momento em que ouvi este rapper ("Struggle No More" ft Sean Price) que não tive dúvidas do seu valor. Deste álbum apenas vos digo para ouvirem a música "Above the Sky" para ver se não ficam logo com vontade de experimentar o resto.